Calculista por natureza, mas dotado de uma vontade de aço, Alain Prost, descendente de emigrantes arménios, ganhou seguramente o seu lugar num dos pontos mais altos do panteão da Fórmula 1. Razoável futebolista, Prost optou, aos 18 anos, pelo automobilismo, tendo prosseguido uma carreira notável na Fórmula 3. Em 1979, a McLaren interessou-se pelos seus serviços, mas, caso raro, foi o francês quem considerou estar ainda inapto para a Fórmula 1.No ano seguinte, porém, aceitou o convite de Ted Myers, tendo logrado um ano muito competitivo, superando inclusivamente o seu colega de equipa John Watson. 1981 foi o ano do ambicioso projecto Renault, e Prost foi naturalmente convidado para fazer parte de uma equipa chefiada por René Arnoux. Mais uma vez, voltou a ser melhor do que o seu chefe de fila e, até 1984, disputou três óptimos Mundiais. Em 1984, a renovada McLaren International, liderada por Ron Dennis, apresentou-lhe uma nova proposta, e o piloto abandonou, sem pesar, a polémcia marca francesa, numa altura em que a imprensa já o comparava com Stirling Moss, notável piloto que acabou a carreira sem um título mundial...Os anos seguintes, apesar do campeonato (mal) perdido para Niki Lauda em 1984, foram de intensa actividade, com dois títulos mundiais e, a partir de 1988, a parceria com Ayrton Senna, naquela que foi a mais polémica rivalidade do automobilismo contemporâneo. Campeão em 1989, depois de Senna desenterrar abertamente o machado de guerra, Prost tomou a pior decisão da sua carreira, saindo para a Ferrari. Dois anos depois, foi despedido pela marca italiana, optando por um ano de licença sabática, até regressar em 1993 ao volante de um magnífico Williams. Sem surpresa, foi campeão pela quarta vez, mas decidiu abandonar a Fórmula 1, numa altura em que se tornara o mais sério candidato de sempre a igualar o "penta-campeonato" de Fangio.Das várias histórias que se contam sobre Prost, há duas verdadeiramente modelares: em 1984, na McLaren, verificou que nenhum dos mecânicos ou dirigentes percebia uma palavra de francês. Três semanas depois, na sequência de um curso de inglês, Alain dava já entrevistas à BBC com uma pronúncia nasalada, mas perfeita! A sua dedicação à Fórmula 1 mostrava-se à prova de tudo...Anos mais tarde, já com contrato assinado com a Ferrari, Prost venceu o Grande-Prémio de Monza, para gaúdio dos milhares de "tiffosi" que assistiram ao triunfo do futuro "ferrarista". Antes de subir ao pódio, Alain Prost e Ron Dennis tiveram uma forte altercação, motiva talvez pela ira do dirigente ao ver partir o seu piloto tri-campeão mundial. Prost subiu então ao pódio e, perante a alegria dos adeptos, lançou-lhes a taça correspondente ao vencedor da prova de Monza. Sorrindo, olhou para Ron Dennis, que só então percebeu que o francês enviara ao público a taça que lhe cabia a si, em nome da McLaren... Era assim Alain Prost.Sem o carisma de Senna ou sem a paixão de Jim Clark, foi o piloto melhor sucedido da Fórmula 1 moderna.
Abraço
Romeu
2 comentários:
Foi durante muitos anos o meu piloto de eleição.
Um grande Piloto
Um abraço
Sim, um grande "Professor". Mesmo assim, sabes que sou fã nº1 do Ayrton Senna, seu grande rival...
Abraço
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