terça-feira, junho 19, 2007

Torcicolo...


O torcicolo espasmódico é um espasmo doloroso contínuo ou intermitente dos músculos do pescoço, que força a cabeça a rodar e a inclinar-se para a frente, para trás ou para os lados.
O torcicolo afecta uma em cada 10 000 pessoas e é, aproximadamente, 10 vezes mais frequente nas mulheres do que nos homens. A perturbação pode apresentar-se em qualquer idade, mas a sua incidência é maior entre os 30 e os 60 anos. Em geral, desconhece-se a sua causa, mas por vezes o torcicolo deve-se a doenças como o hipertiroidismo, as infecções do sistema nervoso, as disquinésias tardias (movimentos faciais anormais produzidos pela ingestão de medicamentos antipsicóticos) e os tumores do pescoço.
Raramente os recém-nascidos sofrem de torcicolo (torcicolo congénito) como consequência de lesões nos músculos do pescoço durante um parto difícil. O desequilíbrio dos músculos oculares e as deformidades musculares ou ósseas da parte superior da coluna vertebral podem causar torcicolos nas crianças.
Sintomas
Podem aparecer espasmos dolorosos e agudos dos músculos do pescoço, que começam de repente e se apresentam de modo intermitente ou contínuo. Em geral, só é afectado um lado do pescoço. A direcção em que a cabeça se inclina e roda depende de qual é o músculo do pescoço afectado. Um terço das pessoas que apresentam esta perturbação também tem espasmos noutras zonas, habitualmente nas pálpebras, na cara, na mandíbula ou nas mãos. Os espasmos aparecem sem aviso prévio e, muito raramente, durante o sono.
O torcicolo varia de ligeiro a grave e permanente. Cerca de 10 % a 20 % das pessoas que dele sofrem (habitualmente jovens com casos menores) recuperam sem tratamento num prazo de cinco anos. Na maioria, contudo, a perturbação piora gradualmente num período de um a cinco anos, estabilizando-se depois. O torcicolo pode persistir toda a vida, provocando dores contínuas, mobilidade restringida do pescoço e deformidades posturais.
Torcicolo

Diagnóstico e tratamento
Durante o exame físico de uma criança, o médico pode detectar lesões dos músculos do pescoço que podem causar o torcicolo. Para diagnosticar a perturbação em crianças e em adultos, o médico faz perguntas pormenorizadas sobre lesões anteriores e outros problemas do pescoço. Por vezes fazem-se vários exames como radiografias, tomografia axial computadorizada (TAC) e ressonância magnética (RM), para procurar as causas específicas dos espasmos musculares do pescoço, embora com pouca frequência revelem essas causas.
Quando se identifica uma causa (como o crescimento anormal de um osso), o torcicolo pode ser tratado de maneira eficaz. Contudo, é menos provável que o tratamento controle o espasmo quando a causa é uma perturbação do sistema nervoso ou se ela for desconhecida.
Por vezes, o espasmo é aliviado temporariamente por meio de fisioterapia e massagens. Existe um tipo de massagens por meio do qual se aplica uma leve pressão sobre a mandíbula no mesmo lado da rotação da cabeça.
Os medicamentos ajudam a reduzir os espasmos musculares e os movimentos involuntários em cerca de um terço dos casos e, habitualmente, ajudam a controlar a dor causada pelos espasmos. Os medicamentos anticolinérgicos, que impedem os impulsos específicos do nervo, e as benzodiazepinas (sedativos suaves) administram-se muitas vezes. Com menor frequência prescrevem-se relaxantes musculares e antidepressivos. Várias injecções de uma dose baixa da substância que causa o botulismo reduzem a dor e os espasmos, permitindo que a cabeça se sustente numa posição mais natural (menos inclinada); esta melhoria pode durar alguns meses. A extirpação cirúrgica dos nervos que causam a disfunção dos músculos do pescoço é, por vezes, um procedimento eficaz a ter em contra se os outros tratamentos não forem eficazes. Se houver problemas emocionais que contribuam para os espasmos, o tratamento psiquiátrico pode ser útil.
Em caso de torcicolo congénito a fisioterapia intensiva para esticar o músculo lesado inicia-se nos primeiros meses de vida. Se não for eficaz, ou se for iniciada demasiado tarde, pode ser necessário reparar o músculo cirurgicamente.

2 comentários:

Anónimo disse...

sou mãe de um bébé de 11 meses que nasceu com um torcicolo congenito e desde 1 mes de idade que faz fisioterapia 3 vezes por semana só há 1 ou 2 meses é que se nota melhoras significativas mas vais continuar com fisioterapia por tempo indeterminado.

silvinha disse...
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